Archive for 01/07/2011 - 01/08/2011

Mediunidade pacífica ou perturbadora

Pergunta: - Por que a mediunidade não se manifesta só de modo pacífico, qual graça decorrente da evolução humana? Em geral, ela eclode nas criaturas produzindo-lhes distúrbios mentais ou perturbando-lhes o próprio organismo físico. É justo tal acontecimento?


Ramatís: - Só a mediunidade saudável e natural, que é fruto do maior apuro espiritual da alma, revela-se de modo sereno e em suave espontaneidade, como um dom inato e sem produzir quaisquer sensações desagradáveis no ser. Entretanto, caso se trate de uma "concessão" provisória feita pela Administração Sideral, isto é, a "mediunidade de prova", como decorrência de uma hipersensibilidade prematura despertada excepcionalmente pelos técnicos do mundo astral com o fito de favorecer aos espíritos muito endividados, a sua recuperação espiritual pregressa, o seu despertamento, é em geral sujeito a várias circunstâncias desagradáveis.

Durante o período de florescimento da mediunidade, a maior ou menor perturbação psíquica ou orgânica do médium também depende muitíssimo do tipo de suas amizades espirituais e do seu modo de vida no mundo material. As alegrias, os sofrimentos ou as tristezas que o tomam de súbito também decorrem do tipo das aproximações do Invisível, que se sintonizam perfeitamente aos seus pensamentos e sentimentos manifestos.

A tarefa mediúnica não compreende somente a função mecânica de o médium transmitir as comunicações dos espíritos desencarnados para o cenário terrícola, atendendo à prosaica função de "ponte viva" entre o mundo material e o Além. Ela requer também que os seus medianeiros vivam existência digna e operosa na carne, afim de lograrem sintonia com espíritos sublimes e responsáveis pela redenção do homem. Toda imprudência, desleixo, rebeldia, má vontade ou paixão viciosa por parte dos médiuns em prova, no mundo físico, geram toda sorte de distúrbios psíquicos e mesmo sofrimentos físicos incontroláveis que, devido a isso, tornam o desenvolvimento mediúnico um processo torturante.

É muito comum a maioria dos médiuns iniciarem o seu despertamento mediúnico sob a atuação dos espíritos sofredores, imperfeitos ou obsessores, que, aproveitando-se da "porta mediúnica" aberta para a fenomenologia do mundo físico, atiram-se à satisfação dos seus objetivos impuros e cruéis. Desde que o médium invigilante e desregrado ainda esteja comprometido por dificultoso resgate cármico, ele então se converte no instrumento favorável para o vampirismo dos desencarnados, que se debruçam avidamente sobre o mundo material. A mediunidade, num sentido geral, só desperta nos homens pela ação do sofrimento, que lhes afeta a carne e o psiquismo para depois amainar sob um desenvolvimento ordeiro, nos ambientes evangélicos, dirigidos por elementos experimentados.

Só então é que o médium neófito e perturbado pouco a pouco se ajusta à sua tarefa incomum e assume o controle psíquico de seu corpo, enquanto procura sintonizar-se vibratoriamente com o espírito guia e benfeitor, que deverá protegê-lo na sua tarefa de intercâmbio com o mundo invisível

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Trecho do livro "Mediunismo" - Ramatís, psicografia de Hercílio Maes. Editora do Conhecimento.

Pensamento e Perispírito

Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito) / psicografia de Divaldo Franco

Portador de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos vibratórios nas reencarnações porvindouras.

Corpo intermediário entre o ser pensante, eterno, e os equipamentos físicos, transitórios, por ele se processam as imposições da mente sobre a matéria e os efeitos dela em retomo à causa geratriz.

Captando o impulso do pensamento e computando a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da conduta atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos destes últimos derivados.

Constituído por campos de forças mui especiais, ele irradia vibrações específicas portadoras de carga própria, que facultam a perfeita sintonia com energias semelhantes, estabelecendo amas de afinidade e repulsão de acordo com as ondas emitidas.

Assim, quando por ocasião da reencarnação o Espírito é encaminhado por necessidade evolutiva aos futuros genitores, no momento da fecundação o gameta masculino vitorioso esteve impulsionado pela energia do perispírito do reencarnante, que naquele espermatozoide encontrou os fatores genéticos de que necessitava para a programática a que se deve submeter.

A partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registros perispirituais, vão organizando o corpo que o Espírito habitará.

Como é certo que, em casos especiais, há toda uma elaboração de programa para o reencarnante, na generalidade, os automatismos vibratórios das Leis de Causalidade respondem pela ocorrência, que jamais tem lugar ao acaso.

Todo elemento irradia vibrações que lhe tipificam a espécie e respondem pela sua constituição.

Espermatozoides e óvulos, em consequência, possuem campo de força especifico, que propele os primeiros para o encontro com os últimos, facultando o surgimento da célula ovo.

Por sua vez, cada gameta exterioriza ondas que correspondem à sua fatalidade biológica, na programação genética de que se faz portador.

Desse modo, o perispírito do reencarnante sincroniza com a vibração do espermatozóide que possui a mesma carga vibratória, sobre ele incidindo e passando a plasmar no óvulo fecundado o como compatível com as necessidades evolutivas, como decorrência das catalogadas ações pretéritos. Equilíbrio da forma ou anomalia, habilidades e destreza, ou incapacidade, inteligência, memória e lucidez, ou imbecilidade, atraso mental, oligofrenia serão estabelecidos desde já pela incidência das conquistas espirituais sobre o embrião em desenvolvimento.

Sem descartarmos a hereditariedade nos processos da reencarnação, o seu totalitarismo, conforme pretendem diversos estudiosos da Embriogenia e outras áreas da ciência, não tem razão de ser.

Cada Espírito é legatário de ú mesmo. Seus atos e sua vida anterior são os plasmadores da sua nova existência corporal, impondo os processos de reabilitação, quando em dívida, ou de felicidade, se em crédito, sob os critérios da Divina Justiça.

Certamente, caracteres físicos, fisionômicos e até alguns comportamentais resultam das heranças genéticas e da convivência em família, jamais os de natureza psicológica que afetam o destino, ou de ordem fisiológica no mapa da evolução.

Saúde e enfermidade, beleza e feiura, altura e pequenez, agilidade e retardamento, como outras expressões da vida física, procedem do Espírito que vem recompor e aumentar os valores bem ou mal utilizados nas existências pretéritas.

Além desses, os comportamentos e as manifestações mentais, sexuais, emocionais decorrem dos atos perpetrados antes e que a reencarnação traz de volta para a indispensável canalização em favor do progresso de cada ser.

As alienações, os conflitos e traumas, as doenças congênitas, as deformidades físicas e degenerativas, assim como as condições morais, sociais e econômicas, são capítulos dos mecanismos espirituais, nunca heranças familiares, qual se a vida estivesse sob injunções do absurdo e da inconsequência.

A aparente hereditariedade compulsória, assim como a injunção moral atuante em determinado indivíduo, fazendo recordar algum ancestral, explica-se em razão de ser aquele mesmo Espírito, ora renascido no clã, para dar prosseguimento a realizações que ficaram incompletas ou refazer as que foram perniciosas. Motivo este que libera "o filho de pagar pelos pais" ou avós, o que constituiria, se verdadeiro, uma terrível e arbitrária imposição da Justiça que, mesmo na Terra, tem código penalógico mais equilibrado.

Os pensamentos largamente cultivados levam o indivíduo a ações inesperadas, como decorrência da adaptação mental que se permitiu. Desencadeada a ação, os efeitos serão incorporados ao modus vivendi posterior da criatura.

E mesmo quando não se convertem em atitudes e realizações por falta de oportunidade, aquelas aspirações mentais, vividas em clima interior, apresentam-se como formas e fantasmas que terão de ser diluídos por meio de reagentes de diferente ordem, para que se restabeleça o equilíbrio do conjunto espiritual.

Conforme a constância mental da idéia, aparece uma correspondente necessidade da emoção.

Todos esses condicionamentos estabelecem o organograma físico, mental e moral da futura empresa reencarnacionista a que o Espírito se deve submeter, ante o fatalismo da evolução.

O conjunto - Espírito ou mente, perispírito ou psicossoma e corpo ou soma - é tão entranhadamente conjugado no processo da reencarnação que, em qualquer período da existência, são articulados ou desfeitos sucessivos equipamentos que procedem da ação de um sobre o outro. O Espírito aspira e o perispírito age sobre os implementos materiais, dando surgimento a respostas orgânicas ou a fatos que retomam à fonte original, como efeito da ação física que o mesmo corpo transfere para o ser eterno, concedendo-lhe crédito ou débito que se incorpora à economia da vida planetária.

O mundo mental, das aspirações e ideais, é o grande agente modelador do mundo físico, orgânico. Conforme as propostas daquele, têm lugar as manifestações neste.

Assim se compreende porque a Terra é mundo de "provas e expiações", considerando-se que os Espíritos que nela habitam estagiam na sua grande generalidade em faixas iniciais, inferiores, portanto, da evolução.

À medida que o ser evolve, melhores condições estatui para o próprio crescimento, dentro do mesmo critério da lei do progresso, que realiza com mais segurança os mecanismos de desenvolvimento, de acordo com as conquistas logradas. Quanto mais adiantado um povo, mais fáceis e variados são-lhe os recursos para o seu avanço.

O pensamento, desse modo, é um agente de grave significado no processo natural da vida, representando o grau de elevação ou inferioridade do Espírito, que, mediante o seu psicossoma ou órgão intermediário, plasma o que lhe é melhor e mais necessário para marchar no rumo da libertação.

Livro: Temas da Vida e da Morte

Exteriorização de fluidos

Todos vivemos em um universo constituído de partículas, raios e ondas que não conseguimos perceber normalmente. A própria matéria, como é conhecida pela ciência materialista, é constituída de pequenas porções (átomos) que são tão pequenos que são invisíveis a olho nu.

Mas, mesmo assim, sabemos que a matéria compacta que conhecemos e que compõe uma cadeira, uma mesa, um papel, é formada pela união dessas partículas. Elas não são imóveis, pelo contrário, a velocidade intensa que as anima, faz com que pareçam estar em muitos lugares ao mesmo tempo, dando aos nossos sentidos a impressão de continuidade da matéria (lembrar as pás de um ventilador desligado, quando então se pode passar os dedos entre elas, pelos espaços vazios, o que não se consegue quando o aparelho está ligado).

Estamos imersos em um mundo de matéria sutilizada, refinada, invisível, porém, real, e que tem como fonte primeira, uma substância que é denominada Fluido Cósmico Universal, que dá todas as formas materiais já conhecidas e, provavelmente, muitas outras que ainda nos são desconhecidas, e também a energia nas variadas formas em que se manifesta.

Os fluidos nada mais são do que formas energéticas dessa substância primordial que o perispírito automaticamente absorve do meio ambiente, transformando de acordo com o padrão vibratório espiritual em que se encontra e irradia em redor de si, formando uma verdadeira esteira psíquica ou hálito mental.

Os fluidos estão sujeitos a impulsão da mente do Espírito, quer encarnado ou desencarnado; o pensamento e as emoções dão-lhes uma determinada estrutura, de maior ou menor densidade, conforme a pureza ou harmonia com que são emitidos. Quanto mais elevados são os pensamentos e as emoções, os fluidos são mais harmônicos, agradáveis, luminosos, saudáveis. Quanto mais inferiores, mais desarmônicos, desagradáveis, doentios.

Constantemente estamos irradiando de nós o que realmente somos, e impregnando com esse fluido particular as coisas, o ambiente, os objetos e influindo sobre as pessoas que aceitam e assimilam essa energia.

Educando nosso pensamento, podemos irradiar uma quantidade maior de fluidos de qualidade superior, que metabolizamos com a nossa mente. Daí, a importância de mantê-la sempre em estado de elevação.


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Bibliografia:
"Seara dos Médiuns" - André Luiz/Chico Xavier
"Nos domínios da Mediunidade" - André Luiz/Chico Xavier

E se não houvesse Carnaval?

Há vasta literatura difundida no meio espírita – e de literatura, classifico artigos, mini-textos, opiniões e até livros – que estabelece um link transcendental entre Carnaval e Obsessão. A data fica estabelecida como a ocasião onde espíritos em variados graus de imperfeições e desajustes, vêm cair na folia terrestre, como se houvesse pouca chance de divertimento nos demais 361 dias do ano, no que tange à sintonia moral...

Diante de tanto estapafurdismo, Adélia Maria, uma amiga espírita, constata: “Estou decidindo aqui com meus obsessores se vamos atrás do trio elétrico ou descansamos na praia , ou quem sabe as duas coisas ?”

Entre os risos que a alfinetada bem humorada da moça desperta, fica a reflexão: Se não forem para o trio, os “obsessores” irão dar um tempo no afã de aprontar? Isto remete a outro tema que ficará para outro momento, do paradigma da obsessão, e do quanto ela isenta o sujeito de seus próprios desejos, sua própria moral e seu arbítrio diante da vida... Mas isto fica para outra prosa.

A corrente dos “Obsessoistas” garante: Em nenhuma outra época do ano, ocorre tanto desvario. Isto supostamente provaria a ação implacável dos obsessores que vêm se divertir na folia.

E??? E se não houvesse Carnaval? E nos lugares onde não há Carnaval? E quanto chove canivete no carnaval? O que acontece com o enxame de obsessores que se prepararam com tanto afinco para a descida triunfal para o espaço de onde provavelmente nunca saíram: A orbe terrestre. E?

Penso que a forma como agimos (seja no Carnaval, na Páscoa, no Ano-novo, no Natal, no feriado da Independência, no baile Funk, no trote universitário, na balada, na Torcida Organizada daquele time...) reflete única e exclusivamente o que trazemos já, dentro de nós: nosso valores, nosso equilíbrio ou a falta dele. As ocasiões que vão acionar o gatilho do instinto/moralidade de cada um, são variadas e imprevisíveis.


Autor Rivi
Postado na Comunidade Estudos Espiritismo Umbanda
Pelo André