Archive for 2011

Irradiação psíquica

Há uma irradiação psíquica constante que realizamos automaticamente em nosso derredor - André Luiz, em suas obras através da psicografia de Chico Xavier o chama "hálito mental". As pessoas sensíveis, mediunicamente falando, sentem com precisão o estado do ambiente e das pessoas que o compõem pelo fato de perceberem este tipo de irradiação.

A irradiação psíquica pode ser projetada à distância, junto ao pensamento e sentimentos em relação a algo ou alguém, através da vontade. Desta forma, é fácil entender que somente pode doar alguma coisa, aquele que a possui de fato. Os bons sentimentos, os bons pensamentos, os bons atos vão plasmando na "atmosfera espiritual" (menos densa do que estamos acostumados) da criatura, uma tonalidade vibratória e uma quantidade de fluidos agradáveis e salutares que poderão ser mobilizados através da vontade dirigida.

As condições básicas para realizar-se uma irradiação são: frugalidade na alimentação; abster-se dos vícios, fumo, álcool, etc.; evitar conversação de baixo palavreado e de imagens pouco dignas; dominar os sentimentos passionais e instintivos; procurar ter comportamento ético a fim de dispor de elementos fluídicos de boa qualidade para transmití-los.

Os fluidos espirituais também se submetem à lei das proporções, isto é, não é pelo fato de alguém pedir excessivamente em favor de muitos, que conseguirá seu desiderato, o seu fim. Cada um de nós movimentamos quantidades relativas dessas forças, que podem ser ajuntadas como as do "mundo espiritual" proporcionalmente, sendo então carreadas para o seu objetivo.

Deve-se focalizar o pensamento, restringindo-o a certa área, pessoa ou grupo de pessoas, para que ele seja o sustentáculo dessa força. Isto quer dizer que a irradiação deve focalizar alguém, alguns, ou uma situação determinada. O potencial movimentado é aplicado de acordo com o critério que a Espiritualidade achar conveniente. Não há multiplicação dessas forças, mas sim, que a quota proporcionada soma-se a outras com o mesmo objetivo e são capazes, então, de auxiliar o objeto.

Referência bibliográfica:
"Vinha de Luz" - Emmanuel, psicografia de Chico Xavier;
"Fonte Viva" - Emmanuel, psicografia de Chico Xavier;
"Palavras de Vida Eterna" - Emmanuel, psicografia de Chico Xavier.

Pensamentos e fluidos

“Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16). 

Vimos que o pensamento exerce uma poderosa influência nos fluidos espirituais, modificando suas características básicas. Os pensamentos bons impõem-lhes luminosidade e vibrações elevadas que causam conforto e sensação de bem estar às pessoas sob sua influência. Os pensamentos maus provocam alterações vibratórias contrárias às citadas acima. Os fluidos ficam escuros e sua ação provoca mal estar físico e psíquico. 

Pode-se concluir assim, que em torno de uma pessoa, de uma família, de uma cidade, de uma nação ou planeta, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia vibratoriamente, segundo a natureza moral dos Espíritos envolvidos. 

À atmosfera fluídica associam-se seres desencarnados com tendências morais e vibratórias semelhantes. Por esta razão, os Espíritos superiores recomendam que nossa conduta, nas relações com a vida, seja a mais elevada possível. Uma criatura que vive entregue ao pessimismo e aos maus pensamentos, tem em volta de si uma atmosfera espiritual escura, da qual aproximam-se Espíritos doentios. A angústia, a tristeza e a desesperança aparecem, formando um quadro físico-psíquico deprimente, que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus. 

“A ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais tem conseqüências de importância direta e capital para os encarnados. Desde o instante em que tais fluidos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades boas ou más, dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos.” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16). 

À medida que cresce através do conhecimento, o homem percebe que suas mazelas, tanto físicas quanto espirituais, é diretamente proporcional ao seu grau evolutivo e que ele pode mudar esse estado de coisas, modificando-se moralmente. Aliando-se a boas companhias espirituais através de seus bons pensamentos, poderá estabelecer uma melhor atmosfera fluídica em torno de si e, consequentemente, do ambiente em que vive. Resumindo, todos somos responsáveis pelo estado de dificuldades morais que vive o planeta atualmente. 

“Melhorando-se, a humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus. Se um dia a Terra chegar a não ser povoada senão por homens que, entre si, praticam as leis divinas do amor e da caridade, ninguém duvida que não se encontrem em condições de higiene física e moral completamente outras que as hoje existentes.” - (Allan Kardec - Revista Espírita, Maio, 1867).

Buda e o tapa na cara

Conta-se que em um dia Buda estava sentado embaixo de uma árvore falando aos seus discípulos. Um homem se aproximou e deu-lhe um tapa no rosto. Buda esfregou o local e perguntou ao homem:
– E agora? O que vai querer dizer?

O homem ficou um tanto confuso, porque ele próprio não esperava que, depois de dar um tapa no rosto de alguém, essa pessoa perguntasse: "E agora?" Ele não passara por essa experiência antes. Ele insultava as pessoas e elas ficavam com raiva e reagiam. Ou, se fossem covardes, sorriam, tentando suborná-lo. Mas Buda não era num uma coisa nem outra; ele não ficara com raiva nem ofendido, nem tampouco fora covarde. Apenas fora sincero e perguntara: "E agora?" Não houve reação da sua parte.

Os discípulos de Buda ficaram com raiva, reagiram. O discípulo mais próximo, Ananda, disse:
– Isso foi demais: não podemos tolerar. Buda. Guarde os seus ensinamentos para o senhor e nós vamos mostrar a este homem que ele não pode fazer o que fez. Ele tem de ser punido por isso. Ou então todo mundo vai começar a fazer dessas coisas.

– Fique quieto – interveio Buda – Ele não me ofendeu, mas você está me ofendendo. Ele é novo, um estranho. E pode ter ouvido alguma coisa sobre mim de alguém, pode ter formado uma idéia, uma noção a meu respeito. Ele não bateu em mim; ele bateu nessa noção, nessa idéia a meu respeito; porque ele não me conhece, como ele pode me ofender? Se vocês refletirem profundamente, continuou Buda, ele bateu na própria mente. Eu não faço parte dela, e vejo que este pobre homem tem alguma coisa a dizer, porque essa é uma maneira de dizer alguma coisa. Há momentos em que você sente que a linguagem é insuficiente: no amor profundo, na raiva extrema, no ódio, na oração.
Há momentos de grande intensidade em que a linguagem é impotente; então você precisa fazer alguma coisa. Quando vocês estão apaixonados e beijam ou abraçam a pessoa amada, o que estão fazendo? Estão dizendo algo. Quando vocês estão com raiva, uma raiva intensa, vocês batem na pessoa, cospem nela, estão dizendo algo. Eu entendo esse homem. Ele deve ter mais alguma coisa a dizer; por isso pergunto: “E agora?”

O homem ficou ainda mais confuso! E Buda disse aos seus discípulos:
– Estou mais ofendido com vocês porque vocês me conhecem, viveram anos comigo e ainda reagem.
Atordoado, confuso, o homem voltou para casa. Naquela noite não conseguiu dormir.
Na manhã seguinte, o homem voltou lá e atirou-se aos pés de Buda. De novo, Buda lhe perguntou:
– E agora? Esse seu gesto também é uma maneira de dizer alguma coisa que não pode ser dita com a linguagem.
Voltando-se para os discípulos, Buda falou:
– Olhe, Ananda, este homem aqui de novo. Ele está dizendo alguma coisa. Este homem é uma pessoa de emoções profundas. O homem olhou para Buda e disse:
– Perdoe-me pelo que fiz ontem.

– Perdoar? – exclamou Buda. – Mas eu não sou o mesmo homem a quem você fez aquilo. O Ganges continua correndo, nunca é o mesmo Ganges de novo. Todo homem é um rio. O homem em quem você bateu não está mais aqui: eu apenas me pareço com ele, mas não sou mais o mesmo; aconteceu muita coisa nestas vinte e quatro horas! O rio correu bastante. Portanto, não posso perdoar você porque não tenho rancor contra você. E você também é outro, continuou Buda. Posso ver que você não é o mesmo homem que veio aqui ontem, porque aquele homem estava com raiva; ele estava indignado. Ele me bateu e você está inclinado aos meus pés, tocando os meus pés; como pode ser o mesmo homem? Você não é o mesmo homem; portanto, vamos esquecer tudo. Essas duas pessoas: o homem que bateu e o homem em quem ele bateu não estão mais aqui. Venha cá. Vamos conversar...

Educação sexual na visão espírita

Tema complexo para ser tratado em pequeno artigo, mas cuja menção ainda que rápida não se pode deixar de fazer, uma vez que nunca foi tão difícil falar de educação sexual, quando boa parte da humanidade se motiva a ver como normal o que por vezes beira até a libertinagem, com a justificativa de direitos absolutos sobre o corpo e maximização do prazer.

Por isso mesmo é fundamental a educação sexual desde a mais tenra infância, obviamente respeitando cada etapa do desenvolvimento infantil. Depois da infância, se não tiver havido orientação adequada sobre o auto-respeito, sobre o objetivo do sexo como fonte de intimidade na afetividade verdadeira e de meio de procriação, o jovem poderá acabar sendo levado por novelas e filmes, por músicas e “baladas” com amigos também despreparados, a ser mais um a vender-se aos prazeres do sexo sem responsabilidades.

Sexo é energia poderosa por ser criadora, bem usada é fonte de satisfações não só físicas, mas espirituais, uma vez que aproxima os que sentem afinidades emocionais. Mal usada, no entanto, deturpa objetivos encarnatório, desvia a alma de valores corretos, adultera o corpo espiritual e cria vício complexo de se libertar.

Por ser assunto que passou da total repressão à absoluta liberalidade nos diálogos da vida comum, cabe aos pais desde cedo mostrar que faz parte do sexo andar de mãos dadas, o cafuné e o diálogo com carinho, o toque suave do amor; cabe a eles mostrar que sexo não é apenas o ato em si, mas a intimidade de um relacionamento pautado em cumplicidade e afetividade; cabe aos pais dar oportunidade ao diálogo enquanto também aplicam controle aos programas de TV, o acompanhamento de dúvidas, o esclarecimento de questões que surgem e que se tratadas com maturidade e seriedade, ensinarão aos jovens como preservaremse e usarem o sexo como deve ser usado: com respeito e amor.

Paz e luz!




"Nunca escarneça do sexo, porque o sexo é manancial de criação divina, que não pode se responsabilizar pelos abusos daqueles que o deslustram (...). Em qualquer área do sexo, reflita antes de se comprometer, de vez que a palavra empenhada gera vínculos no espírito (...). Use a consciência, sempre que se decidir ao emprego de suas faculdades genésicas, imunizando-se contra os males da culpa. Em toda comunicação afetiva, recorde a regra áurea: "não faça a outrem o que não deseja que outrem lhe faça" (...) Se alguém errou na experiência sexual, consulte o próprio íntimo e verifique se você não teria incorrido no mesmo erro se tivesse oportunidade. Não julgue os supostos desajustamentos ou as falhas reconhecidas do sexo e sim respeite as manifestações sexuais do próximo, tanto quanto você pede respeito para aquelas que lhe caracterizam a existência, considerando que a comunhão sexual é sempre assunto íntimo entre duas pessoas, e, vendo duas pessoas unidas, você nunca pode afirmar com certeza o que fazem; e, se a denúncia quanto à vida sexual de alguém é formulada por parceiro ou parceira desse alguém, é possível que o denunciante seja mais culpado quanto aos erros havidos, de vez que, para saber tanto acerca da pessoa apontada ao escárnio público, terá compartilhado das mesmas experiências. 

Em todos os desafios e problemas do sexo, cultive a misericórdia para com os outros, recordando que, nos domínios do apoio pela compreensão, se hoje é seu dia de dar, é possível que amanhã seja o seu dia de receber. 

Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Do livro: Sinal Verde