Educação sexual na visão espírita

Tema complexo para ser tratado em pequeno artigo, mas cuja menção ainda que rápida não se pode deixar de fazer, uma vez que nunca foi tão difícil falar de educação sexual, quando boa parte da humanidade se motiva a ver como normal o que por vezes beira até a libertinagem, com a justificativa de direitos absolutos sobre o corpo e maximização do prazer.

Por isso mesmo é fundamental a educação sexual desde a mais tenra infância, obviamente respeitando cada etapa do desenvolvimento infantil. Depois da infância, se não tiver havido orientação adequada sobre o auto-respeito, sobre o objetivo do sexo como fonte de intimidade na afetividade verdadeira e de meio de procriação, o jovem poderá acabar sendo levado por novelas e filmes, por músicas e “baladas” com amigos também despreparados, a ser mais um a vender-se aos prazeres do sexo sem responsabilidades.

Sexo é energia poderosa por ser criadora, bem usada é fonte de satisfações não só físicas, mas espirituais, uma vez que aproxima os que sentem afinidades emocionais. Mal usada, no entanto, deturpa objetivos encarnatório, desvia a alma de valores corretos, adultera o corpo espiritual e cria vício complexo de se libertar.

Por ser assunto que passou da total repressão à absoluta liberalidade nos diálogos da vida comum, cabe aos pais desde cedo mostrar que faz parte do sexo andar de mãos dadas, o cafuné e o diálogo com carinho, o toque suave do amor; cabe a eles mostrar que sexo não é apenas o ato em si, mas a intimidade de um relacionamento pautado em cumplicidade e afetividade; cabe aos pais dar oportunidade ao diálogo enquanto também aplicam controle aos programas de TV, o acompanhamento de dúvidas, o esclarecimento de questões que surgem e que se tratadas com maturidade e seriedade, ensinarão aos jovens como preservaremse e usarem o sexo como deve ser usado: com respeito e amor.

Paz e luz!




"Nunca escarneça do sexo, porque o sexo é manancial de criação divina, que não pode se responsabilizar pelos abusos daqueles que o deslustram (...). Em qualquer área do sexo, reflita antes de se comprometer, de vez que a palavra empenhada gera vínculos no espírito (...). Use a consciência, sempre que se decidir ao emprego de suas faculdades genésicas, imunizando-se contra os males da culpa. Em toda comunicação afetiva, recorde a regra áurea: "não faça a outrem o que não deseja que outrem lhe faça" (...) Se alguém errou na experiência sexual, consulte o próprio íntimo e verifique se você não teria incorrido no mesmo erro se tivesse oportunidade. Não julgue os supostos desajustamentos ou as falhas reconhecidas do sexo e sim respeite as manifestações sexuais do próximo, tanto quanto você pede respeito para aquelas que lhe caracterizam a existência, considerando que a comunhão sexual é sempre assunto íntimo entre duas pessoas, e, vendo duas pessoas unidas, você nunca pode afirmar com certeza o que fazem; e, se a denúncia quanto à vida sexual de alguém é formulada por parceiro ou parceira desse alguém, é possível que o denunciante seja mais culpado quanto aos erros havidos, de vez que, para saber tanto acerca da pessoa apontada ao escárnio público, terá compartilhado das mesmas experiências. 

Em todos os desafios e problemas do sexo, cultive a misericórdia para com os outros, recordando que, nos domínios do apoio pela compreensão, se hoje é seu dia de dar, é possível que amanhã seja o seu dia de receber. 

Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Do livro: Sinal Verde


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