Qual vossa opinião sobre o sacrifício de animais na Umbanda? Percebemos que várias lideranças Umbandistas aceitam os sacrifícios animais e a cobrança para angariar simpáticos ao seu modelo de Umbanda. Como interpretar isto? Caboclo Ogum 7 Espadas*: a sede de poder e a disputa ensandecida de domínio perante a comunidade umbandista, ainda entontecida pela difusão de fundamentos jogados diuturnamente nas mais diversas formas de mídia da atualidade “on line” que disfarçam no sagrado a venalidade de certos sacerdotes, impera nestas lideranças, que travam verdadeira guerra para impor o seu modelo teológico. Assim, travam uma busca ferrenha de adeptos para ter o rebanho maior, qual pastor que pula o seu cercado para pegar as ovelhas do vizinho. Não importa se o do lado cobra, raspa, corta e mata. O que vale é aumentar os adeptos, qual “guru” de outrora que impressionava as multidões ao amansar tigres e cobras. Lembrai-vos que quanto maior a inteligência e a consciência, maior pode ser a ambição. Aos que muito sabem e ambicionam, muito será cobrado pelos Orixás. * O Caboclo Ogum 7 Espadas e o espírito Ramatís são a mesma entidade espiritual, através da mediunidade de Norberto Peixoto.
Caboclo Ogum 7 Espadas*: a Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamentos vibratórios dos Orixás e nem realiza ritos de iniciação para fortalecer o tônus mediúnico com sangue. Não tem nessa prática legítima de outros cultos, um dos seus recursos de oferta às divindades. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda - assim como em outras religiões. Suas oferendas se diferenciam das demais por serem isentas de sacrifícios de animais pelo fato de preconizarem o amor universal e, acima de tudo, o exercício da caridade como reverência e troca energética junto aos Orixás e aos seus enviados, os guias espirituais. É incompatível ceifar uma vida e fazer a caridade, que é a essência do praticar amoroso que norteia a Umbanda do Espaço. Toda oferenda deve ser um mecanismo estimulador do respeito e união religiosa com o Divino, daí com os espíritos da natureza e dos animais - almas grupo-, que um dia encarnarão no ciclo hominal, assim como já fostes animal encarnado em outras épocas.
Mas e os dirigentes de centros que sacrificam em nome da Umbanda?
Caboclo Ogum 7 Espadas*: reconhecemos que na mistura de ritos existentes, nem tanto nas práticas mágicas populares, dado que templos iniciáticos vistosos matam veladamente para fazer o “indispensável” ebó ou padê de “exu”-, se confundem o ser e o não ser umbandista. Observai a essência da Luz Divina - fazer a caridade - e sabereis separar o joio do trigo. Tal estado de coisa reflete a imaturidade e despreparo de alguns dirigentes que se iludem pela pressão de ter que oferecer o trabalho "forte". As exigências de quem paga a consulta e o trabalho espiritual e quer resultados "para ontem" acabam impondo um imediatismo que os conduz a adaptarem ritos de outros cultos ao seus terreiros. Na verdade há uma enorme profusão de rituais que naturalmente é confusa, refletindo o estado da consciência coletiva e o sistema de troca com o além estabelecido que viceja: o toma lá da cá. Toda vez que um médium aplica um rito em nome do Divino e sacrifica um animal, interfere num ciclo cósmico da natureza universal, causando um desequilíbrio, desde que interrompe artificialmente o "quantum" de vida que o espírito ainda teria que ocupar no vaso carnal, direito sagrado concedido pelo Pai. Pela Lei de Causa e Efeito, quanto maior seu entendimento da evolução espiritual - que inexoravelmente é diferente da compreensão do sacerdote tribal de antigamente -, ambição pelo ganho financeiro, vaidade e promoção pessoal, tanto maior será o seu carma a ser saldado, mesmo que isto aparentemente não seja percebido no momento presente. Dia chegará, que tais medianeiros terão que prestar contas aos verdadeiros e genuínos "zeladores" dos sítios sagrados da natureza que "materializam" os Orixás aos homens e oportunizam os ciclos cósmicos da vida espiritual - as reencarnações sucessivas das almas em vosso orbe.