Sem se opor à minha presença, partimos em direção às furnas do mal. Clarisse, eu, Cornelius e mais um grupo de defesa do Hospital Esperança. Chegando ao local, presenciei algo inusitado. O ciclope da mitologia grega não era pura imaginação. Indaguei de chofre: — Quem são os ciclopes, Clarisse? — Espíritos rudes a serviço do mal. Estamos na região subcrostal chamada Pântano das Escórias, subúrbio enfermiço do Vale do Poder. Aqui são feitos prisioneiros os servidores da maldade organizada que não obtiveram êxito em seus planos nefandos. Castigos e sevícias de todo o porte são levados a efeito nestas plagas. — Por que viemos aqui? — Venha! Vamos encontrar nossa equipe. Logo adiante estava Eurípedes com uma equipe de vinte a trinta defensores. Tinha o braço ferido. Quem imagina os espíritos isentos dessa contingência, não concebe com exatidão os mecanismos fisiológicos e anatômicos do corpo espiritual, sujeito, nas proximidades vibratórias da Terra, às mesmas injunções de saúde e doença, dor e prazer. Um corte de dez centímetros na altura do ombro do benfeitor era cuidado com carinho por uma diligente enfermeira da equipe. A diferença ficava por conta do domínio mental. Enquanto era tratado, conversava atentamente com os presentes sem demonstrar uma nesga de sofrimento. Os ciclopes o feriram com seus chicotes impiedosos. Tive ensejo, ali mesmo, de manifestar meu carinho ao amigo querido. Embora minha surpresa, o tempo e a experiência foram me mostrando que tudo era possível ocorrer em tais tarefas socorristas. Incêndios, tiroteios, ciladas, guerras armadas e outras tantas manifestações de violência já conhecidas da humanidade. Não cheguei a ver os ciclopes naquela ocasião, mas só a onda de crueldade deixada no ambiente já me apavorava. Clarisse não regateava esclarecimentos a mim. — Estamos no inferno de Dante, dona Modesta. — Parece-me ser até pior do que ele descreveu. — Sem dúvida. — O que faremos agora? — A tarefa por aqui já está cumprida. As entidades que necessitavam de socorro já foram levadas para onde prosseguirá o trabalho. — Eram almas arrependidas? — Não. Eram escravos da perversidade. Servidores inconscientes das sombras. Foram necessárias mais de quatro horas de intensas iniciativas para alcançar resultados no amparo. Ainda assim, veja o estado de nossos companheiros. Eurípedes ferido, os defensores exaustos e tudo isso apenas para que seis entidades pudessem ter acesso à manifestação mediúnica. — Vão se comunicar a essa hora da noite? Que centro abriria suas portas? – expressei sabendo que já passava da meia-noite no relógio terreno. — Os verdadeiros servidores cristãos só se utilizam do relógio com intuito disciplinar. Não condicionam o ato de servir aos ponteiros limitantes do tempo. Visitaremos o Centro Umbandista Pai Guiné, nos arredores de Uberaba. — O pai-de-santo Ovídio? — Ele mesmo. Tive de confessar, em um primeiro momento, meu preconceito. Guardava respeito pelas demais religiões, entretanto, nunca havia refletido sobre quem seriam e onde estariam as cartas vivas do Cristo. Por uma tendência natural asilei o despeito. Ainda bem que foi algo muito passageiro em meu coração, porque as experiências fora e dentro da vida corporal, cada dia mais, apresentavam-me uma realidade distante das ilusões que adulamos sob o fascínio impiedoso do orgulho na sociedade terrena dos mortais. Após as despedidas, a equipe de Eurípedes regressou ao hospital. O pedido de socorro foi uma medida preventiva. Apesar dos feridos e exaustos, todos guardavam o clima da paz. Por nossa vez, partimos para o Centro Pai Guiné. Era um ambiente agradável em ambos os planos. Ao som dos atabaques, eram cantados os pontos em ritmo vibratório de alta intensidade. Cada canto era como uma verdadeira queima de fogos de artifício. Uma bomba energética explodia no ar em multicores. Em uma das várias dependências astrais da casa havia uma enfermaria com oitenta leitos bem alinhados. Tudo nesse salão era limpeza e calmaria. Lá não se ouviam mais os cantos, e a conexão com o plano físico limitava-se ao trânsito de enfermeiros pelos vários portais interdimensionais. Regressamos ao ponto de intersecção vibratória com o plano físico. Seis macas estavam dispostas no canzuá (terreiro). Em cada qual havia uma entidade de aspecto horripilante. Olhos que quase saíam das órbitas oculares, pele murcha, enrugada e suja, garras enormes no lugar das unhas, com dez centímetros, nas mãos e nos pés, todas retorcidas como as de águia. Magérrimos e nus. Causavam náuseas pelo odor. Olhavam para nós deixando claro que nos viam e, literalmente, grunhiam como porcos com a boca semiaberta. Alguns deles estavam muitos inquietos nas macas. Retorciam-se como se estivessem com dor, sem manifestar nenhum som. Vários hematomas estavam expostos em todos eles, devido aos castigos impostos nos paredões de penitência. — As garras são colocadas para impedir a fuga. Não andam nem têm grande habilidade manual – informou Clarisse, com manifesto sentimento de piedade. — Como serão socorridos? — Pela incorporação profunda ou vampirismo assistido. — Nos médiuns umbandistas? Mal terminei a pergunta e vi uma cena nada convencional. Um dos enfermeiros da casa pegou uma das entidades no colo e jogou-a no corpo do médium. Demonstrando câimbras na panturrilha, o médium, incontinenti, absorveu mental e fisicamente o comunicante que se ajeitou no corpo do medianeiro como se deitasse em um colchão, buscando a melhor posição. Os atabaques aceleraram o ritmo, criando um frenesi de energia no ambiente. Formavam-se pequenos redemoinhos de cor violeta e prata, que se desfaziam e refaziam em vários cantos do terreiro. Modulavam conforme a nota musical dos hinos cantados. O médium estrebuchou no chão. Convulsões e grunhidos seguidos de gritos de dor. Ovídio, o pai-de-santo aproximou-se e disse: — Oxalá proteja seus caminhos, filho de Zambi (Deus). — Eu sou filho do capeta. Quem és tu para falar comigo? – redarguiu a entidade, que agora falava com facilidade por intermédio do médium. — Sou um tarefeiro da luz. — Eu sou uma escória da sombra. — Engano, criatura! — Não vê minhas garras? Sabe o que isso? — Conheço essa técnica. São ferrolhos do mal. — Vejo que estais acostumados ao mal. — Vim desses vales da sombra e da morte – falava Ovídio com firmeza na voz. — Mas andas e és livre. Estais no corpo, enquanto eu... Eu sou um verme roedor... Ou quem sabe uma águia que não voa... Nem sequer consigo andar graças a essa maldição que colocaram em meus pés... Nem comer mais... Veja minhas mãos... Eu tenho fome e sede. — Em que te posso ser útil irmão? – indagou Ovídio debaixo de uma forte vibração. — Quero bebida e comida. Quero que cortem minhas garras. — Laroyê! Laroyê1 – gritou Ovídio já incorporado por um de seus guias que entoava o canto: “Eu sou Marabô2, rei da mandinga. Eu sou Marabô, exu de nosso Senhô. Laroyê!” Uma energia colossal movimentou-se com a chegada do Exu Marabô. Os filhos-de-santo o saudavam com palmas rítmicas e pontos próprios da entidade. Muitos deles iam até Marabô, baixavam a cabeça em sinal de reverência à sua frente e batiam três palmas rítmicas na altura do abdômen do médium. — Que tu quer, homem esfarrapado. Bebida pra mode se arrebentá mais? — Não, senhor Marabô. Não é isso não. — Não mente pra Marabô. Marabô sabe ler os ói (olhos). Nos ói tá a visão, mas tá também a verdade e a mentira. — Eu não minto, senhor. Quero liberdade. — Pra fazer o que dá na cabeça? Home tu preso é um perigo, livre é um desastre. — O que o senhor vai fazer por mim? Não pedi a ninguém pra sair daquela joça de lugar fedorento. Por que me trouxe aqui? — Não fui eu quem trouxe home. O véio Bezerra da luz é teu protetor. Sirvo a ele na graça de Oxalá, Pai de poder e misericórdia. — Que queres comigo? — Está feliz na matéria do cavalo (médium)? — Sei que não é minha. Quero uma só pra mim. — Esta gostando do contato? — Só fartó bebida e comida. — Olha suas garras. — Não pode ser! O que aconteceu? – O cavalo (médium) ta dissolvendo suas algemas. – Pra sempre? – Pra sempre! – Quanto vai me custar? – Nada. É serviço de Pai Oxalá. É de graça. Pedido do veio Bezerra de Menezes. Se voltar pro inferno, elas crescem de novo. Se subir com Bezerra da luz, vai ser cuidado no hospital da sabedoria, onde reina os filhos de Gandhi. – Filhos de Gandhi? Por que se interessaria por escórias como nós. Veja lá nas macas os amigos estropiados – e apontou para a sala ao lado. – Nada retira do ser humano a condição de Filho do Altíssimo...
Archive for 01/10/2009 - 01/11/2009
Desobsessão no centro de Umbanda
Livre Arbitrio
Você já ouviu alguma vez falar de livre-arbítrio?
Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção.
Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher.
E a cada momento a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude.
Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra. Ao ouvir o despertador, podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades, no corpo físico.
Ao encontrarmos o nosso familiar que acaba de se levantar, podemos resmungar qualquer coisa, ficar calado, ou desejar, do fundo da alma, um bom dia.
Quando chegamos ao local de trabalho, podemos optar entre ficar de bem com todos ou buscar o isolamento, ou, ainda, contaminar o ambiente com mau humor.
Conta um médico, que trata de pacientes com câncer, que as atitudes das pessoas variam muito, mesmo em situações parecidas.
Diz ele que duas de suas pacientes, quase da mesma idade, tiveram que extirpar um seio por causa da doença. Uma delas ficou feliz por continuar viva e poder brincar com os netos, a outra optou por lamentar pelo seio que havia perdido, embora também tivesse os netos para se distrair.
Quando alguém o ofende, você pode escolher por revidar, calar-se ou oferecer o tratamento oposto. A decisão sempre é sua.
O que vale ressaltar é que todas as ações terão uma reação correspondente, como conseqüência. E essa ação é de nossa total responsabilidade.
E isso deve ser ensinado aos filhos desde cedo. Caso a criança escolha agredir seu colega e leve alguns arranhões, deverá saber que isso é resultado da sua ação e, por conseguinte, de sua inteira responsabilidade.
Se você chega ao trabalho bem humorado, alegre, radiante, e encontra seu colega de mau humor, você pode decidir entre sintonizar na faixa dele ou fazer com que ele sintonize na sua.
Você tem ainda outra possibilidade de escolha: ficar na sua.
Todavia, da sua escolha dependerá o resto do dia. E os resultados lhe pertencem.
Jesus ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se semeamos sementes de flores, colhemos flores; se plantamos espinheiros, colheremos espinhos. Não há outra saída.
Mas o que importa mesmo é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear. Aí é que está a justiça divina.
Mesmo as semeaduras que demoram bastante tempo para germinar, um dia terão seus frutos. São aqueles atos praticados no anonimato, na surdina, que aparentemente ficam impunes. Um dia eles aparecerão e reclamarão colheita.
Igualmente, os atos de renúncia, de tolerância, de benevolência, que tantas vezes parecem não dar resultados, um dia florescerão e darão bons frutos e perfume agradável. É só deixar nas mãos do jardineiro divino, a quem chamamos de Criador.
Pense nisso!
A hora seguinte será o reflexo da hora atual.
O dia de amanhã trará os resultados do dia de hoje.
É assim que vamos construindo a nossa felicidade ou a nossa desdita, de acordo com a nossa livre escolha, com nosso livre-arbítrio.
Exú Guardião executor das leis carmica
Muito diferentemente do que se doutrina a respeito da entidade espiritual conhecida como Exú Guardião ou simplesmente Exú, são os mesmos, seres dotados de inúmeras e seriíssimas tarefas em nosso mundo planetário. Portanto, Exú nunca foi, não é e nunca será o diabo, nem muito menos um ser espiritual das trevas. Entendendo-se trevas como sendo sinônimo de maldade e de atraso espiritual.
De fato, falar sobre o Exú Guardião não é tarefa simples, mas é certamente deveras gratificante. Não é simples, posto que os conceitos que consubstanciam a verdade sobre a entidade espiritual Exú muito longe se encontram da doutrina corriqueira e da difamação ignominiosa que se estende sobre esse ser espiritual. Quando falamos ser gratificante é porque na verdade estamos fazendo valer nada mais nada menos que a própria justiça divina ao colocar o verdadeiro Exú Guardião dentro dos seus verdadeiros princípios, fundamentos e atributos reais.
Vejamos então de maneira bastante simplificada um pouco sobre a verdadeira entidade espiritual conhecida como Exú Guardião ou simplesmente Exu:
Surgimento do Exú Guardião em nosso planeta:
Professa a sagrada Doutrina Astral de Umbanda que na casa do "Pai" existem de maneira sintética, duas grandes moradias, uma conhecida como reino virginal e a outra conhecida como reino natural que é o mundo da energia-massa ao qual está vinculado nosso planeta Terra.
Ensinam os mentores espirituais da Umbanda que, os seres espirituais que hoje se encontram no reino natural, viviam em processo evolutivo no reino virginal (o reino da anti-matéria). Em tal reino viviam integrados em processo evolutivo experimentando-se masculino e feminino, se assim podemos definir, como um ser uno. Porém, em determinado instante desta cadeia evolutiva, milhões de seres espirituais passaram então a sentir fortissima necessidade de experimentarem-se em suas individualidades.
E assim, surgiu o que nós conhecemos como universo natural ou reino da matéria com seus planetas, suas galáxias, etc. Após a Divindade Suprema plasmar essa nova casa planetária nomeou seus emissários divinos, seres de indescritíveis sabedoria e luz, para que arquitetassem toda a construção deste novo reino e assim foi feito. Porém além de arquitetar todo esse novo reino espiritual, existia a necessidade de manipular essas energias para execução e concretização da vontade divina.
Daí veio a surgir a necessidade da presença de seres espirituais de grande poder e força energética. Esses seres originais executores dos arquitetos divinos é o que temos hoje como sendo conhecidos por Exús Cósmicos ou Indiferenciados. São cósmicos porque sua atividade singe-se a execução dos rearranjos estruturais das energias que deram forma ao reino natural.
São indiferenciados, posto que sempre viveram em nosso reino sem passarem pela divisão da matéria, vivendo assim na própria essência divina da qual são "constituídos". Mas a tarefa era gigante, exigindo a força e a presença de considerável quantidade de seres espirituais para por em prática a realização da vontade divina que era a formação e estruturação do reino natural.
Esses Exús tidos como indiferenciados subordinaram-se diretamente aos seus comandantes , ou seja os Orixás Ancestrais. Estes últimos são os Sete Espíritos de Deus responsáveis diretamente pelo reino natural.
E assim, surgiu o que nós conhecemos como universo natural ou reino da matéria com seus planetas, suas galáxias, etc. Após a Divindade Suprema plasmar essa nova casa planetária nomeou seus emissários divinos, seres de indescritíveis sabedoria e luz, para que arquitetassem toda a construção deste novo reino e assim foi feito. Porém além de arquitetar todo esse novo reino espiritual, existia a necessidade de manipular essas energias para execução e concretização da vontade divina.
Daí veio a surgir a necessidade da presença de seres espirituais de grande poder e força energética. Esses seres originais executores dos arquitetos divinos é o que temos hoje como sendo conhecidos por Exús Cósmicos ou Indiferenciados. São cósmicos porque sua atividade singe-se a execução dos rearranjos estruturais das energias que deram forma ao reino natural.
São indiferenciados, posto que sempre viveram em nosso reino sem passarem pela divisão da matéria, vivendo assim na própria essência divina da qual são "constituídos". Mas a tarefa era gigante, exigindo a força e a presença de considerável quantidade de seres espirituais para por em prática a realização da vontade divina que era a formação e estruturação do reino natural.
Esses Exús tidos como indiferenciados subordinaram-se diretamente aos seus comandantes , ou seja os Orixás Ancestrais. Estes últimos são os Sete Espíritos de Deus responsáveis diretamente pelo reino natural.
As atividades dos Exús no Templo:
O Exú Guardião é a entidade espiritual que nos Templos de Umbanda é encarregado da guarda vibratória e da proteção espiritual. Cuidam os Exús de efetuarem a defesa espiritual contra os ataques das hostes do submundo astral que a todo momento buscam invadirem os santuários da Umbanda com o objetivo de destruírem ou mesmo perturbarem as diversas atividades desempenhadas . Cuidam ainda, de atuarem nos inúmeros trabalhos de desmanche de magia-negra e feitiçarias que são levadas pelos consulentes que lá acorrem.
Para a defesa vibratória do Templo, os Exús manipulam uma variedade enorme de energias, assim como de entidades espirituais tidas como elementares, que são seres ainda em sua fase inicial de evolução em nosso Planeta, sendo constituídos de puras e poderosas energias. Juntamente com os elementares do fogo esses guardiões destroem as larvas, miasmas, bactérias astrais, etc., que são trazidas por seres espirituais encarnados e desencarnados aos templos para tratamentos diversos.
Os Exús Guardiões atuam em seus médiuns, na região conhecida como subconsciente. Local onde são armazenados o vivencial de vidas passadas e onde também se encontram nossas animalidades vividas nos reinos da natureza por onde estagiamos.
Ao agir nesta região o Exú Guardião vai expurgando todas as animalidades e traumas em verdadeiro processo de desintoxicação, visando proporcionar ao médium a evolução e a consciência de si mesmo.
Portanto, é de certa forma comum observar em templos de Umbanda, médiuns apresentarem posturas e expressões grosseiras. Na realidade o que estes médiuns estão expressando são seus graus conscienciais e seus traumas armazenados e nunca, exteriorizando a vibração do verdadeiro Exú.
A bem da verdade, é bom que se diga que às vezes, por ingenuidade, alguns médiuns acreditam que fazendo caretas e pantomimas irão fazer acreditar que o "seu" Exú é o mais forte e poderoso, provocando assim o respeito, o temor e a admiração. Pura ingenuidade.
Infelizmente, em alguns locais que dizem professar a Umbanda, esquecem que a mesma é Amor e Sabedoria. E assim, irresponsavelmente inveredam por caminhos escusos que longe estão de refletirem a luz da Umbanda. Nesta triste situação associam-se com seres da revolta, do ódio, da insubmissão e passam a serem usados e manipulados por esses seres. Assim, o que esses pobres médiuns expressam é o desequilíbrio do ser astralizado com o qual se associaram.
É dispensável dizer que esses médiuns só acarretaram para si e sua família, dores, humilhações de dissabores de ordem espiritual e mesmo material. Infelizmente, em vista do pouco esclarecimento espiritual existente, essas entidades se denominam como sendo os verdadeiros Exús, causando assim uma série de embaraços e confusões quanto a real personalidade do Exú Guardião.
Por fim, os Exús Guardiões, manipulam as energias etéricas no campo vibracional dos entrecruzamentos energéticos (encruzilhadas). Infelizmente, as encruzilhadas de ruas são confundidas por alguns como sendo a verdadeira encruzilhada dos Exús Guardiões. Na verdade, essas encruzilhadas de rua são portais vibracionais de acesso ao submundo astral. Por ai já se percebe o quanto é perigoso a manipulação de energias em tais locais.
A verdadeira encruzilhada dos Exús guardiões, são os entrecruzamentos vibratórios das linhas de força ou tatwas, que são as energias que vêem do plano astral e entrecruzam-se em nossa casa planetária. É nesse campo de força, de luta e de trabalho, que o Exú manipula o Axé (energia), concretizando todo processo de imantação e desagregação dessas forças em benefício do Planeta e de seus habitantes.
Shandar
Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da caridade
Há homens que vivem muito e fazem pouco. Há outros que exemplificam desde a tenra idade. Eurípedes Barsanulfo partiu jovem para o Plano espiritual, porém deixou rastros de uma obra imensa, e Jorge Rizzini os seguiu. O que o médium e biógrafo encontrou faz parte do livro Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da caridade (Correio Fraterno).
Nasceu em Sacramento, Minas Gerais, no ano de 1880, teve infância difícil e adolescência luminosa. Cedo, entendeu ao que veio: trazer luz a esse país. Como um sol, irradiou-se pelo Brasil Central socorrendo, lecionando e pregando; primeiro o catolicismo, depois o espiritismo. Quanto mais Eurípedes atuava, mais se desenvolviam seus dons mediúnicos. Tornaram-se esses espetaculares. Porém, uma bênção não precisa vir necessariamente sozinha. E ele veio acompanhado de São Vicente de Paulo e de Bezerra de Menezes; espíritos que lhe assistiam. Assim, ele curou até o incurável.
E aqui está um dos grandes méritos deste livro: além de proporcionar ampla visão da vida do médium de Sacramento, conta-nos "causos". São 35 casos mediúnicos autênticos, advindos de 24 entrevistados, sendo que 22 conheceram-no de perto. É interessante o cuidado do autor, no início da obra, em nos mostrar o rigor com que empreendeu seu trabalho de pesquisa, tendo a felicidade de ter o conteúdo aprovado por um dos irmãos carnais do apóstolo.
E o que este aprovou? Que nos fosse contado dentre outros atos, que Eurípedes Barsanulfo fundou o Colégio Espírita Allan Kardec, onde lecionou; instalou uma farmácia homeopática a serviço dos pobres, fundou jornal, foi vereador e vítima de um processo criminal.
Maria Menner
Segredos na Umbanda
Tenho ouvido falar muito em “segredos de Umbanda”, segundo alguns dirigentes, estes segredos não podem ser revelados, alguns inclusive se irritam quando são questionados sobre determinados assuntos, e quando não se recusam a responder, simplesmente o fazem de maneira vaga, com a famosa frase “..É assim mesmo...” Tenho uma opinião sobre isto, acredito que dirigentes que criam segredos para a Umbanda o fazem por dois motivos: Ou o fazem por não querer dividir seu saber com os outros, achando que assim vai conseguir manter sua superioridade, como “detentor dos segredos da Umbanda” , conseguindo assim manter seu pretenso poder sobre um grupo. Ou o fazem por também não saberem as respostas, e não tem a humildade de reconhecer isto, como também não tem o interesse de as procurarem, achando que a obrigação disto é das entidades, ou que o estudo em nada vai contribuir para seu “desenvolvimento”. Seja qual for o motivo, os tais “segredos de Umbanda”, são ao meu ver um dos grandes motivos da debandada de médiuns dos terreiros, pois os tempos hoje são outros, e temos em nossos terreiros pessoas cada vez mais ávidas por conhecimentos, e se não oferecermos isto a eles, com certeza eles vão procura-los em outros locais. Pai Tomas, Preto Velho o qual tenho a honra de servir como aparelho, usa uma frase que sintetiza tudo isto: “O verdadeiro sábio não é aquele que recolhe para si todo o conhecimento, o verdadeiro sábio é aquele que esta sempre dividindo o pouco que aprende...” Pensem nisto Amigos Dirigentes, acabem com estes “segredos”, antes que eles acabem com a Umbanda.
Marco Boeing
Dirigente da Assema
Os 9 passos do perdão
1. Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança.
2. Compromete-se consigo mesmo a fazer o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais. Ninguém mais precisa saber sua decisão.
3. Entenda seu objetivo. Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O que você procura é paz.
4. Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos e desconforto físico de que você sofra agora, e não daquilo que o ofendeu ou agrediu dois minutos - ou dez anos - atrás.
5. No momento em que você se sentir aflito, pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismo de seu corpo.
6. Desista de espera, de outras pessoas ou de sua vida, coisa que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém você sofrerá se exigir que essas coisas aconteçam quando você não tem o poder de fazê-las acontecer.
7. Coloque sua energia em tentar alcançar seus objetivos positivos por um meio que não seja através de experiência que o feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para seus fins.
8. Lembre-se de que uma vida bem vivida é a sua melhor vingança. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a busca o amor, a beleza e a bondade ao seu redor.
9. Modifique a sua história de ressentimento de forma que ela o lembre da escolha heróica que é perdoar. Passe de vítima a herói na história que você contar.
O Poder do Perdão
Dr. Fred Luskin
Fundamentos da Umbanda
Acreditamos em Deus eterno, imutável, único, onipotente, onisciente e onipresente;
Cremos na existência dos Orixás, energia emanada do nosso Pai Criador, que comandam as 7 linhas de Umbanda;
Temos a reencarnação como ponto pacífico, logo, indiscutível;
Cremos na existência de seres fora da matéria e na sobrevivência de nossa própria alma após a morte do corpo físico;
Há possibilidade de comunicação com os espíritos desencarnados, através da faculdade mediúnica, cujo o intermediário é o médium;
Existe uma lei de causa e efeito, pela qual colhemos tudo o que plantamos;
O progresso de cada um ou as situações da vida são produtos de seu livre arbítrio ou escolha das provas com antecedência, antes da reencarnação;
Não há diferença entre o plano terrestre e o astral, apenas distinção de estados vibratórios;
Amai-vos uns ao outros é o lema principal da Umbanda, manifestado na prática da caridade, tanto na palavra como na ação;
Acreditamos na existência de outros mundos habitados, não constituindo a terra exceção do universo. Há mundos mais adiantados e orbes mais atrasados. A Terra é um plano de expiação, aprendizado e de correção moral;
Não há espíritos eternamente voltados para o mal, mas seres em estágio de aprendizado;
Todos temos guias espirituais, que nos acompanha, com a faculdade de se comunicarem conosco, através da mediunidade;
Jesus Cristo foi o espírito de categoria mais elevada que já encarnou entre nós;
Vivemos num campo vibratório peculiar, sendo cada um campo vibratório que o seu livre arbítrio comanda;
Adotamos a liberdade da prática religiosa;
Respeitamos todas a religiões, pois constituem os diversos caminhos de evolução espiritual que conduzem a Deus.
Autor Desconhecido
A Diferença entre Crer e ter Fé
“Se o espírito humano não está sintonizado com o espírito de Deus, ele não tem fé, embora talvez creia.
Esse homem pode, em teoria, aceitar que Deus existe e, apesar disso, não ter fé"
O notável professor, filósofo e humanista brasileiro, Huberto Rohden, em um de seus oportunos comentários inseridos no livro “A Mensagem Viva do Cristo”, obra que compreende a tradução feita por ele mesmo dos quatro evangelhos, diretamente do grego do primeiro século, convida-nos a refletir sobre a significativa distinção entre crer e ter fé. Para ele, a não compreensão dessa questão tem deturpado a teologia e trazido enorme prejuízo à mensagem do Cristo ao longo desses 2000 anos.
Escreve ele:
“Desde os primeiros séculos do Cristianismo, quando o texto grego do Evangelho foi traduzido para o latim, principiou a funesta identificação de crer com ter fé. A palavra grega para fé é pistis, cujo verbo é pisteuein. Infelizmente, o substantivo latino fides, o correspondente a pistis, não tem verbo e assim, os tradutores latinos se viram obrigados a recorrer a um verbo de outro radical para exprimir o grego pisteuein, ter fé. O verbo latino que substituiu o grego pisteuein é credere, que em português deu crer. Nenhuma das cinco línguas neo latinas — português, espanhol, italiano, francês, rumeno — possui verbo derivado do substantivo fides; fé; todas essas línguas são obrigadas a recorrer a um verbo derivado de credere. Ora, a palavra pistis ou fides significa originariamente harmonia, sintonia, consonância. Ter fé é estabelecer ou ter sintonia, harmonia entre o espírito humano e o espírito divino.”
Dentro desse contexto, “se o espírito humano não está sintonizado com o espírito de Deus, ele não tem fé, embora talvez creia. Esse homem pode, em teoria, aceitar que Deus existe e, apesar disso, não ter fé. Ter fé é estar em sintonia com Deus, tanto pela consciência como também pela vivência, ao passo que um homem sem sintonia com Deus pela consciência e pela vivência, pela mística e pela ética, pode crer vagamente em Deus. Crer é um ato de boa vontade; ter fé é uma atitude de consciência e de vivência”, argumenta o professor Rohden.
Salvação não é outra coisa senão a harmonia da consciência e da vivência com Deus
Para ele, a conhecida frase “quem crer será salvo, quem não crer será condenado”, é absurda e blasfema no sentido em que ela é geralmente usada pelos teólogos. No entanto, “se lhe dermos o sentido verdadeiro ‘quem tiver fé será salvo’ ela está certa, porque salvação não é outra coisa senão a harmonia da consciência e da vivência com Deus”.
Em sua opinião, de sincero buscador, erudito e filósofo espiritualista “a substituição de ter fé por crer há quase 2000 anos, está desgraçando a teologia, deturpando profundamente a mensagem do Cristo”.[/]
Consciência Espírita - 2006
Centro de Estudos Espíritas Paulo Apóstolo
Luz e Trevas
O mundo tem como verdades que:
1. A LUZ é o oposto das TREVAS, que o Alto é o oposto do Embaixo, assim como o Bem é oposto do Mal;
2. Que religião é a manifestação da crença na existência de forças superiores divinas, consideradas como o Alto, a Luz, o Bem, por meio de doutrina e ritual próprios, que envolvem princípios éticos, prestando a essas forças superiores divinas o culto que lhe é devido;
3. Quem serve a LUZ é considerado pelas TREVAS como um inimigo;
4. Não é possível que alguma religião seja sustentada ao mesmo tempo pelo Alto e pelo Embaixo.
5. Não é coerente o indivíduo que pensa que em um sistema religioso possa se prestar culto ao ALTO e ao EMBAIXO, servindo a LUZ e as TREVAS ao mesmo tempo.
Sabemos que Umbanda é uma religião e como tal é sustentada pelo ALTO, pela LUZ para a prática do BEM. Logo, é mais do que certo que as suas linhas de trabalho são manifestadoras das Qualidades de Deus, trabalhando, única e exclusivamente, para o bem e para a evolução dos seres, não se portando em nenhum momento de modo a contradizer os seus princípios religiosos. Portanto, não é coerente pensarmos que possa existir alguma linha de trabalho de Umbanda que não obedeça aos fundamentos da religião.
Sabemos, também, que Exu e Pombagira são os nomes de duas linhas de trabalho muito conhecidas da religião Umbanda e não sò pelos umbandistas. Como linhas de trabalho obedecem, sem qualquer tipo de exceção, a todos os princípios da religião e do que se entende por religião. Portanto, servem à LUZ e jamais às TREVAS, praticando sempre o BEM e nunca o MAL. ASSIM, SE ALGUÉM PENSA DE MANEIRA DIFERENTE, POUCO OU NADA ENTENDE DE UMBANDA.
Não se deve confundir, jamais, o meio que Exu e Pombagira atuam como sendo o meio ao qual servem. Eles atuam nas TREVAS, sempre sustentados pela LUZ e na busca dos caminhos de LUZ para aqueles que merecem ser resgatados das TREVAS. E TÃO SOMENTE ISSO. SE FOSSE DE OUTRA FORMA SERIA UM CONTRA-SENSO RELIGIOSO.
APÓS ESSA ARGUMENTAÇÃO, FICAM DUAS QUESTÕES PARA REFLEXÃO:
VOCÊ, QUE SE DIZ MÉDIUM DE UMBANDA, E ACHA QUE TUDO ISSO NÃO ESTÁ CORRETO, ENTÃO ESTÁ DELIBERADAMENTE ACEITANDO SER INCORPORADO POR UM SER PERTENCENTE ÀS TREVAS E SE DISPONDO A SERVIR O MAL? .
NÃO SERÁ POR INCOMPREENSÃO DOS NOSSOS FUNDAMENTOS RELIGIOSOS QUE TANTAS PESSOAS VENHAM AOS NOSSOS TEMPLOS PEDIR TUDO AQUILO QUE NÃO TEM CORAGEM DE FAZÊ-LO EM SEUS TEMPLOS?
CABE-NOS COMO UMBANDISTAS ESCLARECERMOS OS PRINCÍPIOS QUE REGEM A NOSSA RELIGIÃO, E AFIRMAR A TODOS OS CANTOS QUE NÃO ACEITAMOS EM NOSSOS TEMPLOS, DE MANEIRA NENHUMA, AQUELES QUE BUSCAM-NA PARA SITUAÇÕES LEVIANAS.
L.C.Giordano
Caboclos Africanos na Umbanda
Companheiros espirituais ainda pouco conhecidos na Umbanda, os Caboclos Africanos são entidades fortes, fiéis e muito alegres. Eles vieram das profundas selvas africanas, do dos antigos quilombos brasileiros e das distantes ilhas do Caribe. Quando chegam no terreiro soltam seus gritos de guerra: “Huia!”, “Hu huia!”, “Hui!”. Gostam de trabalhar com bom charuto, cachimbo, pembas coloridas e ervas medicinais. Sentam-se no chão, olham fundo nos olhos dos consulentes, cumprimentam com força e passam muita confiança. A maioria destes espíritos apresenta influências bantu na linguagem, roupagem e modos. A sensação é que estamos falando com um Preto Velho, mas sem a presença do banquinho e das palavras doces. Os Caboclos Africanos usam linguagem mais firme, expressões mais coloridas e palavras menos simbólicas. Vão direto ao assunto. Pai Manuel da Serraria, velho umbandista e juremeiro, dizia com seu humor habitual: - “Esses caboclos parecem uma mistura de exu, caboclo e preto velho mandingueiro tudo junto. Que gente grande essa... Excelentes combatentes, guerreiros do Axé e da luz, muito invocados para desmanchar demandas e feitiços. Eles conhecem os mistérios da ciência da Mpemba (pemba) e dos encantamentos do Mpolo Mpemba (pó de pemba), que utilizam no corte das energias negativas com muita destreza. Também usam fubá de milho, carvão, farinha e café para de senhar seus sig nos mágicos no chão. Nas giras não dispensam a fabricação de patuás, amuletos e outras mandingas de tradição para ajudar os necessitados. Costumam dividir-se espiritualmente em sólidas famílias ou clãs como na Mãe África. A mais conhecida é a dos “Arranca”, grupo arredio de luta dores das matas, que literalmente arrancam as mazelas e miasmas astrais dos lugares e pessoas. Seus integrantes mais conhecidos são: Arranca-Toco, Arranca-Cruzeiro, Arranca-Pemba, Arranca-Estrela, Arranca-Caveira, Arranca-Pimenta, Arranca-Cobra, Arranca-Feitiço, Arranca-Calunga, Arranca-Sepultura, Arranca-Folhas e Arranca-Dificuldade. Esta família é predominantemente masculina e não devemos confundir os “Arranca” Africanos com seus irmãos nativos brasileiros que também possuem o nome arranca (Caboclo Arranca-Toco, por exemplo). A magia dos felinos está bem representada na pessoa do poderoso Pantera Negra Africano (parente espiritual do Caboclo Pantera Negra, um tradicional caboclo de Umbanda) e sua Falange. Outros caboclos africanos trabalham sob o glorioso estandarte da Família Malê, levantado bem alto a espada da vitória e cortando a cabeça do dragão da escravidão (moral, espiritual e material), como os Africanos Mussurumi, Lele Mussurumi e Assumano. Na Família dos guerreiros Congos e Angolas estão os Africanos: Azambuja, Calungueiro, Macalé, Mezala e Zambará. A chefia da tropa está sob a liderança de Pai Simão Africano, como dizem os mais velhos. As Caboclas Africanas são autênticas amazonas. Mulheres que lutavam com facão, lança e porrete ao lado dos homens. As mais famosas, que ainda baixam nas giras, são: Africana Rosa, Africana Maria, Africana Rosária e Africana Matamba. Detalhe interessante: o culto aos Caboclos Africanos é mais popular no sul do Brasil, Argentina e Uruguai, regiões que receberam grande influência da cultura do negro bantu. Terreiros de Umbanda Cruzada do Rio Grande do Sul, que trabalham com a tradição do Batuque, conhecem bastante as mirongas destas entidades. LITURGIA: Cores simbólicas (para velas, panos e toalhas de oferendas): vermelho, branco, preto e roxo (possuem bastante influência dos Orixás Ogum, Omulu e Obaluaiê). GUIAS: predominantemente de sementes e dentes de animais ou nas cores acima mencionadas. COMIDAS E OFERENDAS TÍPICAS: feijoada, ovos cozidos e tempera dos com pimenta branca, bananas, laran jas e outras frutas doces. Tabacos fortes (charuto e fumo de corda), marafo, Bomba (marafo com pólvora, pimenta malagueta e pó de pemba). Observação: a Bomba não se bebe, se oferenda!, marafo ou vinho tinto preparado ervas medicinais e vinho branco. ACESSÓRIOS DE GIRA: costumam vestir, sempre que o Terreiro permite, chapéu de palha, lenços no pescoço, colares (guias de trabalho) e lenços na cabeça (africanas). Edmundo Pellizari
Umbanda - CARIDADE, AMOR, FÉ e HUMILDADE
A Umbanda é simples como deve ser desde o momento da sua anunciação, ou seja sem muitos rodeios é uma religião que tem uma missão básica, levar o nome de Deus a quem quer que seja.
A Umbanda não precisa e nem quer soberbia, idolatrias, despachos recheados de sacrifícios animais e nem mesmo luxo ou qualquer outra coisa desse mundo. A única coisa necessária para iniciar a sua prática na Umbanda é FÉ.
Fé a chave que qualquer pessoa precisa para iniciar sua conversa diária com Deus, independente do seu, credo, mas se for umbandista não esqueça que depois da fé deverá vir a HUMILDADE, CARIDADE e AMOR, tudo sem interesse, nem mesmo aquele obrigado de quem foi ajudado.
Atacar outras religiões, almejar bens materiais, pessoas amadas, destruir inimigos, entre outros trabalhos prejudiciais, não pode ser atribuídos a umbandistas, mas sim a egoístas ignorantes que ainda não entenderam que Deus não quer mais destruição e sim a união de todos os seus filhos para um mundo melhor.
Muitas vezes ouvimos algumas, pessoas que nada sabem sobre a nossa religião, dizerem que somos atrasados e sem evolução nenhuma.
Pois bem, o atraso está dentro de cada um, pois todos podem sem mesmo estar dentro de um templo, igreja ou centro, praticar a caridade sem maldade no coração. O ser quando tem a humildade e amor para presentear seus irmãos, o fará mesmo que não seja participante de uma religião. Um exemplo, Jesus Cristo - com sua missão, fez tudo que devia para livrar a humanidade de todos os seus pecados e não cobrou nenhum valor material em troca.
Pensem bem, quando for falar do outro veja seu erro primeiro e tente melhorar um pouco nessa vida.
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Perguntas sobre Umbanda
Por que as entidades de umbanda usam o fumo ? As folhas da planta chamada ” fumo” absorvem e comprimem em grande quantidade o prana vital enquanto estão em crescimento, cujo poder magnético é liberado através das golfadas de fumaça dadas pelo cachimbo ou charutos usados pelas entidades. Essa fumaça libera princípios ativos altamente benfeitores, desagregando as partículas densas do ambiente. Por que as entidades usam ervas verdes ? Por que cada erva ( principalmente a arruda, o alecrim, a sálvia, o guiné, mangericão e a espada de Ogum) possuem agregados em sua vitalidade elementos astromagnéticos que desmagnetizam e desintegram elementos etéricos densos e negativos presentes na aura dos consulentes. Por que se usa a queima de pólvora ou ” fundanga” ? Quando queimados os grânulos de pólvora explodem causando intenso deslocamento molecular do ar e do éter, desintegrando miasmas, placas, morbos psíquicos, ovóides astrais, aparelhos parasitas e outros recursos maléficos como campos de força densificados com matéria astral negativa, os quais não foram possíveis de ser desativados pela força mental dos Guias do espaço e o fluido ectoplasmático dos aparelhos mediunizados. Por que dos pés descalços na umbanda ? Nos atendimentos os médiuns tornam-se os “para-raios” de muitas energias densas deixadas pelos socorridos. Somos fonte condutora de correntes elétricas e pelos pés descarregamos nosso excesso negativo. Solas emborrachadas bloqueiam esse fluxo. Por que do uso de bebidas alcóolicas nos trabalhos de Umbanda ? Não há necessidade de ingestão de bebidas, mas seu uso externo se faz porque o álcool volatiza-se rápidamente, servindo como condensador energético para desintegrar miasmas pesados que ficam impregnados nas auras dos consulentes além de agir como elemento volátil de assepsia do ambiente. Por que dos pontos cantados ? Os diversos pontos cantados na Umbanda estabelecem condições propícias para que os pensamentos dos espíritos se enfeixem nas ondas mentais dos médiuns. Cada vibração peculiar a um Orixá tem particularidades de cor, som, comprimentos e oscilação de ondas que permitem sua percepção pelos sensitivos da Umbanda. Uma vibração sonora específica cantado em conjunto, sustenta a egrégora para que os espíritos da linha correspondente ao Orixá se aproximem, criando e movimentando no éter e no astral formas e condensações energéticas símiles aos sítios vibracionais da natureza que “assentam” as energias, como se nelas estivessem presentes. Porque a Umbanda não faz milagres ? Porque religião nenhuma o faz. Porque o milagre está dentro de você, meu irmão e se faz à medida que muda as tuas atitudes, reformula teus pensamentos e põe em prática tua fé no Criador. Se alguém te prometer o milagre, fuja! Ali está um caloteiro tentando te enganar. Norberto Peixoto