Estes dias estava conversando com um amigo, Alfonso Odriozola na TV Espiritualista (www.tvespiritualista.com.br), e ele me dizia a respeito de um convite que recebeu para visitar uma reunião kardecista, onde foi questionado quanto a sua religião, ao que respondeu de pronto: “_Sou Umbandista”! Alguns dos participantes se espantaram com “tamanha franqueza”, pois a maioria dos Umbandistas costumam se dizer espíritas ou espiritualistas, e quiseram saber mais sobre a Umbanda, ao que o amigo citado respondeu: “A Umbanda é a religião mais universalista que existe, na mesma gira ou trabalho espiritual você vê o espírito de um índio trabalhando ao lado de um negro africano, vemos ainda na mesma Umbanda espíritos de ciganos e também de árabes, hindus, marroquinos no que é chamado de linha do oriente, por isso a Umbanda é tão universalista, são povos de várias raças e culturas diferentes em uma mesma causa” Assim me contou o Alfonso, que o amigo então dirigente dos trabalhos lhe disse: “Temos muito que aprender com a Umbanda”! Todos nós temos muito que aprender uns com os outros, pouco temos a aprender com o igual e muito temos a aprender com o diferente, seja de outra religião ou cultura. Quando meu amigo e irmão na fé Nelson Pires me convidou para escrever aqui na revista disse-me: “_ É uma revista aberta, não é segmentada, podemos falar de muitos assuntos que tenham a ver com a espiritualidade” Por ser umbandista, perguntei: “Posso escrever sobre a Umbanda?” _ ao que ele respondeu: “_Claro, pode falar sobre o que você quiser, o espaço é seu” _ o que muito me honra pela confiança depositada. E estes dias tenho pensado muito nas palavras do outro amigo que contando um acontecimento me clareou algo, que devemos falar mais sobre O Universalismo, que é um caminho, que o diga nosso outro amigo Wagner Borges (www.ippb.org.br) que sempre nos diz: “Podemos e devemos pegar o que cada religião tem de bom e descartar o que não presta” A Umbanda além de ser universalista é também um pouco de cada religião, nós somos um pouco de cada experiência que já tivemos em cada encarnação, os espíritos que militam na Umbanda como guias e mentores sabem que a cada religião mudam nossas crenças, muda nossa cultura, nossos hábitos e costumes. Podemos encarnar como negros, brancos, amarelos ou vermelhos, não importa, “somos seres espirituais tendo uma experiência material e não o contrário”. Somos espíritos, apenas espíritos, o que nos coloca acima da carne que nos diferencia, por isso a Umbanda é universalista, pois além de reconhecer esta transitoriedade exerce a presença dos diversos em suas várias linhas ou falanges de espíritos em atuação. Assim aprendemos a sabedoria do preto velho, a tenacidade do caboclo, a pureza da criança, o amor e alegria que os ciganos têm pela vida, o equilíbrio dos marinheiros, a destreza dos boiadeiros, a astúcia descontraída dos baianos e a lei de ação e reação vivida diariamente na pele de um guardião (exu) ou de uma guardiã (Pomba Gira). E ainda assim é pouco para falar de Umbanda, pois nem começamos a falar do Culto aos Orixás que em muito lembra o culto as divindades hindus, gregas, romanas, persas, maias, astecas, egípcias, etc... Já dizia Caboclo Mirim: “Umbanda é a escola da Vida”, e completo eu: “Somos nós Eternos Aprendizes de Umbanda, Eternos Aprendizes da Vida”. A Umbanda é uma religião Brasileira que surgiu no dia 15 de Novembro de 1908 através da manifestação mediúnica em um jovem rapaz, de então 17 anos, dentro da recém fundada Federação Espírita de Niterói, onde um espírito se manifestou como seu mentor dando o nome de Caboclo das Sete Encruzilhadas e no mesmo dia reconheceu ter sido o Clérico Gabriel de Malagrida em outra encarnação, mais aprendizado que isto, um índio que foi sacerdote cristão em outra encarnação e ainda se lembra perfeitamente. O objetivo do universalismo é este, vai além do ecumenismo, vai além de respeitar e conviver pacificamente, vai de encontro aos ensinamentos que o diferente tem a nos passar, até que ele e eu somos UM de verdade, todos na Banda do Um, na Um Banda, o Um é nosso Criador e a Banda somos todos nós O dia que entendermos que o próximo somos nós mesmos, aprenderemos a Amar o próximo como a nós mesmos, porque ele e nós somos UM. Este é o caminho, este é o futuro das religiões, pois pessoas cada vez mais informadas não aceitam ter suas vidas ditadas por dogmas, regras ou tabus, e o pré-conceito cada vez cai mais por terra, à medida que vamos nos esclarecendo. Portanto saudações ao Universalismo, saudações à Umbanda que é Universalista por natureza e não por imposição. Um grande abraço a todos Alexandre Cumino