Política pressupõe discussão, debate. Lógico que mentes com tendências ditatoriais pensam diferente e não é por outra razão que fogem do debate (e ainda recriminam quem se propõe ao debate), uma vez que a simples idéia de dialogar, de debater, de conversar, de discutir e de permitir opiniões diversas sobre vários assuntos lhes causa repulsa.
Destarte, imbuído de espírito democrático e visando colaborar para nosso crescimento conjunto enquanto atores sociais e animais políticos, venho aqui dar a minha opinião pessoal sobre certos posicionamentos, na minha opinião pessoal, no mínimo equivocados de alguns umbandistas; vejamos:
O que tenho ouvido como argumento central (e talvez até único) de nossos confrades umbandistas que pretendem, como eles mesmos dizem, representar a Umbanda, é o de que eles lutarão contra a intolerância religiosa e que eles vão garantir os nossos direitos (leia-se direito de culto).
Mas é justamente aí que, perdoe-me a sinceridade, vem a ruir o edifício retórico dessas pessoas, pois A UMBANDA NÃO PRECISA DE POLÍTICO ALGUM PARA GARANTIR LIBERDADE RELIGIOSA, DIREITO DE CULTO OU PARA LUTAR CONTRA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA!
Trata-se de falácia!!!!! E digo porquê:
-Nossos direitos religiosos estão amplamente garantidos pela Constituição Federal e também por normas infra-constitucionais.
-E considerando que o papel do político, ou seja, do membro do Poder Legislativo é legislar, é criar leis, pergunto: Se nossos direitos já estão garantidos POR LEI sobre o que é que eles vão legislar? Ou será que, “ad nauseaum”, vão querer reinventar a roda, refazer a lei?
-Se o papel do político é legislar, o do executivo é fazer a “máquina do Estado” girar e a do Judiciário julgar, não é o político quem vai garantir coisa alguma, mormente direito de culto, quem assim o faz é o Executivo, por meio de seus órgãos competentes e do Judiciário no caso desses direitos não serem obedecidos, visando garantir o amplo exercício dos direitos lesionados.
-Repito, não é o político quem vai garantir isso ou aquilo em sede de direitos de culto e nem contra a intolerância religiosa, porque estes direitos JÁ ESTÃO DE HÁ MUITO GARANTIDOS INCLUSIVE CRIMINALMENTE, podendo QUALQUER UMBANDISTA, MESMO O INICIANTE, em sofrendo ameaça em seu direito de culto, procurar o fórum mais próximo e formalizar reclamação junto ao membro do Ministério Público (que representando o Poder Executivo) tomará, através do Juiz (representando o Poder Judiciário) as medidas cabíveis para sanar a ameaça de direito, ou seja, NÃO É NECESSÁRIO POLÍTICO ALGUM PARA EXERCITAR UM DIREITO QUE É DE TODOS, UMBANDISTAS OU NÃO, QUAL SEJA O DE LIVREMENTE EXERCEREM SEUS CULTOS.
-E mesmo nas casas ditas “não legalizadas” é SIM garantido o direito de culto, não podendo quem quer que seja impedi-lo (desde que ele esteja sendo realizando dentro da ordem e moralidade públicas exigidas em lei), não precisando de político algum para garantir seu livre exercício, na medida que qualquer cidadão, mesmo o comum, pode garantir seu direito de liberdade religiosa e pode agir contra a intolerância recorrendo ele mesmo ao órgão competente que, diga-se, não é o Poder Legislativo (político), mas sim o Executivo (Ministério Público/ Promotor de Justiça) e o Judiciário (Juiz).
Por essas razões é, na minha opinião, é falacioso o argumento de que nós precisamos de políticos que garantam nosso direito, pois o que é que tais políticos vão garantir se nossos direitos já estão devidamente garantidos?
Eis a minha humilde contribuição ao tão necessário debate político.
Saravá a todos!
Paulo Fornari