Corpos Energéticos, Veículos de Manifestação da Consciência

Por Fernando Sepe

No meio espiritualista, devido às muitas denominações, conceitos e visões diferentes, os veículos de manifestação da consciência causam muita confusão. O que é duplo etérico, corpo astral, corpo mental,  o que é a  “segunda morte”, etc são dúvidas freqüentes. Com esse pequeno texto, tentaremos dar uma visão mais clara do assunto.

Eu, você, nós, não somos esse corpo físico, não somos nem mesmo nosso corpo espiritual, somos única e simplesmente "consciência". Mas devido a nossa limitação consciencial decorrente do nosso atual estágio evolutivo, nós precisamos de "corpos energéticos" para nos manifestarmos. Por exemplo, quando encarnados necessitamos desse corpo físico para interagir dentro dessa faixa vibracional, assim como no plano astral precisamos de um corpo energético mais sutil, o corpo astral.

A primeira confusão acontece com o "duplo etérico" que muitos pensam ser mais um nome para o corpo espiritual, o que não é verdade! Conhecido como  Duplo etérico (teosofia), Corpo Vital (Ordem Rosa Cruz), Holochacra (conscienciologia), Corpo Bioplasmático (parapsicologia), Corpo energético (ocultismo), Pranamayakosha (yoga), entre outros, o duplo etérico é um campo energético, uma malha de energia responsável pela ligação entre o corpo físico e o corpo astral, além de ser uma bateria para o corpo físico . É constituído por uma energia mais densa que a do corpo astral, mas mais sutil do que a do corpo físico. É nesse corpo energético que estão os nádis (condutos sutis de energia), assim como os chacras. Também fazem parte desse corpo o cordão de prata e o ectoplasma.

Apresenta – se para o clarividente como uma energia de aspecto esfumaçado, sem muito brilho, de coloração cinza um pouco prateada. Ao seu redor estende – se a chamada “aura da saúde”, que é um prolongamento das energias circulantes no duplo etérico e que nos mostra a quantidade de energia vital que o encarnado possui.    

O duplo etérico é perecível e pertencente ao plano físico, por isso no desencarne, assim como o corpo físico, entra em decomposição. O tempo de decomposição pode variar muito, principalmente entre os suicidas. Devido ao desencarne prematuro, muitas vezes seus duplos ainda estavam cheios de vitalidade, o que dificulta em muito sua decomposição, e, por conseguinte, a liberação do corpo astral. Por isso é muito comum os suicidas ficarem presos em seus corpos físicos, vivenciando todo o processo de decomposição.

Durante as projeções da consciência o duplo não se projeta, o que realmente se projeta é o corpo astral. Também é comum existir uma espécie de deslocamento do duplo durante o exercício das faculdades mediúnicas, como na psicografia, psicofonia, etc. Esse deslocamento cria uma "janela vibratória", ou uma “abertura energética” facilitando a manifestação mediúnica. Quanto mais o duplo se distancia, mais o médium fica inconsciente.

É também importante na exsudação de ectoplasma, substância que antigamente foi muito utilizada para os fenômenos de materialização, mas que hoje é muito usado para trabalhos de cura de espíritos sofredores, assim como em trabalhos de apometria, trabalhos de assistência projetiva, etc. Seu deslocamento momentâneo durante a prática mediúnica cria condições para que o ectoplasma que concentra - se principalmente nos ossos, seja expelido.

O corpo que realmente "sobrevive" ao desencarne é o corpo astral (teosofia), também chamado de perispírito (espiritismo), corpo de luz (ocultismo), corpo espiritual (bíblico), corpo psíquico e corpo emocional (Rosacruz), psicossoma (projeciologia), Thanki (China), Corpo bardo (Tibet), Kha (Antigo Egito), Corpo da Alma (antiga Grécia), Sukshima (hinduísmo), etc. Ele é o veículo de manifestação pelo qual nos manifestamos no plano astral ou plano espiritual.

Contém os "parachacras", vórtices energéticos análogos aos existentes no duplo. Apesar disso, são de uma natureza mais "maleável", afinal o corpo astral é extremamente "plasmável" através do pensamento, podendo assumir a forma que quiser. Enquanto os chacras do duplo estão mais voltados para o desenvolvimento das capacidades paranormais (clarividência, telepatia, etc) os parachacras (chacras do corpo astral) estão ligados ao desenvolvimento espiritual, ao desenvolvimento da consciência.Por isso deve - se entender bem a diferença. Quando encarnados, normalmente através de exercícios energéticos, trabalhamos os chacras do duplo etérico, os parachacras são trabalhados através da nossa evolução espiritual.

Uma segunda confusão muito comum é pensar que o corpo astral é eterno,  que sempre precisaremos dele. Mas, em verdade, chega um momento da evolução do espírito que não mais precisamos do corpo astral e ele é simplesmente descartado. Esse descarte é chamado na espiritualidade de "segunda morte", sendo essa manifestação da consciência, livre de espírito, também conhecida como: Condição de espírito puro, sem perispírito (Allan Kardec - Espiritismo), moksha (do sânscrito), nirvana ( Budismo), samadhi definitivo (hindu).

São consciências muito elevadas que atingiram um grau de evolução avançadíssima. O termo "segunda morte" vem do fato de que no momento do descarte do corpo astral, dissolve - se o cordão de ouro (ligação energética entre o corpo astral e o copo mental), fato análogo ao que seria a "primeira morte" (dissolução do cordão de prata e descarte do corpo físico e do duplo etérico).

Existe também a possibilidade de o espírito cair em uma vivenciação de erros e vícios tão grandes, que ele  “fecha" sua consciência em si mesmo, densificando - se tanto, destruindo seu próprio corpo astral e ficando reduzido ao seu corpo mental, que manifesta - se sem brilho ou vida alguma. É o conhecido ovóide da literatura espírita.

Muitas vezes espíritos extremamente degenerados são reduzidos a ovóides pela "Lei" (ou por guardiões da Lei), jogados assim "na dor”  para que um dia possam voltar a evolução. Perdendo seu corpo espiritual essas consciências trevosas não podem mais realizar nenhuma ação negativa, mas, é claro que eles não morrem, sobrevivem como consciência, afinal nada pode matá - la.

O corpo mental (teosofia), também conhecido como mental, mente, corpo dos pensamentos, etc, é indestrutível e nele reside todas as capacidades do ser humano. Quando existe o descarte do corpo astral, o ser manifesta - se unicamente através da consciência, no chamado plano mental, além das emoções, do psiquismo normal, além do tempo e do espaço. É quando o espírito vive em outra realidade, uma experiência indescritível e transcendental, por isso muito pouco pode ser descrito, ou comentado.

Assim, esperamos ter explicado resumidamente um pouco desse universo que é o estudo dos “corpos espirituais”. Muito mais poderia ser falado. Para aqueles que trabalham ativamente com a espiritualidade é necessário que estudem o tema e o conheçam, pois muito auxílio na atividade de assistência espiritual ele traz. Deixo no final uma pequena seleção de leitura, por onde foi baseado esse texto.

Paz e Luz* - Fernando Sepe

OBS: Os livros de Ramatis trazem muitas explicações sobre o tema, principalmente o Elucidações do Além. As obras dos Teosofistas C. W. Leadbeater e do Major Arthur Powell também são material de muita informação. Temos ainda os livros do Chico Xavier pelo espírito André Luís que tem diversos relatos esclarecedores sobre o tema, assim como os livros de Rubens Saraceni. No site www.ippb.org.br muita coisa pode ser achada, além de existir um ótimo artigo do professor Wagner Borges e Maísa Intelisano denominado “Diferenças entre Duplo Etérico e o Psicossoma”. 

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