Quaisquer sentimentos ou emoções negativas podem tomar vulto, crescendo, sobremaneira, nos relacionamentos entre os componentes encarnados dos trabalhos mediúnicos. O medianeiro deve estar sempre atento, vigiando o que ocorre no seu campo interno, sob pena de dar abertura às influências maléficas do lado de cá.
As sutilezas desse processo são de difícil percepção. Por mais que o médium se esforce – e, às vezes, nem se esforça tanto – no conhecimento de si mesmo, há ocasiões em que as próprias situações do cotidiano se impõem e ele acaba permeado pelo campo dos maus sentimentos.
Embora o espírito encarnado se dedique ao autoconhecimento, na verdade é um desconhecido de si próprio, já que ainda não tem condições evolutivas de acesso à sua memória integral. Faz-se importante o estudo, a reforma íntima, tão apregoados pela doutrina espírita, mas tão pouco interiorizados, elevando-se os pensamentos e enobrecendo-se os sentimentos. Adquire-se, desta forma, um grau de discernimento tal que permite distinguir os sentimentos negativos, se são próprios do psiquismo do médium ou de um agente externo.
As influenciações são muito sutis. Na intenção de abalar e acabar com um agrupamento de trabalhadores da mediunidade, as organizações trevosas movimentam os mais variados recursos e tecnologias. O conhecimento não é propriedade somente dos espíritos bondosos, a sabedoria sim.
Imaginai o manancial de conhecimento que adquiriu um espírito empedernido no mal, no ódio (...) caracterizando-se por verdadeiro mago negro. Conhecedor profundo da psicologia e da fisiologia humana, estuda com frieza e pormenorizadamente (...) os pontos fracos e as brechas cármicas daqueles que quer fragilizar. Aumenta, acentuadamente, os sentimentos negativos, quando lhe dão abertura, num processo de indução mental. Cria situações as mais variadas e engenhosas para o envolvimento e, quando menos espera, o médium está em conflito com o dirigente ou odiando o irmão ao lado, em ocorrência que beira o inusitado e por motivo o mais banal.
O amor é o antídoto para tudo isso. Os dirigentes não devem considerar-se senhoras da verdade (...), ainda mais se escasseia o sentimento amoroso. Acontece que, na maioria das vezes, deixam-se levar pela rotina, estabelecendo-se vagarosamente o enfado e uma oratória quase que mecânica. Os médiuns não devem querer se mostrar melhores “dirigentes”, pois são os dirigidos. Disputas como essas são inconcebíveis no trabalho de caridade. Os irmãos sofredores precisam muito dos bons sentimentos, das boas vibrações, e esperamos que façais a vossa parte, pois nós fazemos a nossa. Vede, ninguém é perfeito! A perfeição absoluta cabe e pertence ao Pai. Somos eternos aprendizes.
Jesus foi um médium em todo lugar e todo o tempo. Amou, perdoou, teve confiança no Pai Maior e continua a nos inspirar e mostrar o caminho – “Vigiai e Orai”.
Muita paz e muita luz!
Ramatis.